Sinônimo de lar.

Engraçado como algumas coisas mudam na vida, nos viram do avesso e do lado certo em menos de segundos, mudam nossa casa e nosso caminho de lugar, transformam uma placa em lembrança e pegadas na terra em destino. 

Eu não queria estar aqui, não dois anos atrás quando pisei nesse chão pela primeira vez, com outros amores, outros sonhos, outros planos traçados, mas a vida gosta de brincar com a gente e não há outro lugar no mundo que eu mais gostaria de estar no momento.

Conheci pessoas que hoje fazem parte de mim, parte do ar que eu respiro e deixei outras pra trás, a viagem fica mais pesada se insistimos em carregar muita bagagem, não deixei de amar, muito pelo contrário, o meu coração só aprendeu a bater com mais intensidade, com menos juízo e por mais pessoas.

Eu conheci você e ele naquela esquina, sim, com o mesmo timbre de voz, os mesmos sonhos, mas talvez mais leve, com menos pretensões e planos, sem calcular cada movimento, deixando levar e sentir. 

Ontem, correndo, passei por uma placa, sim, aquela onde tiramos nossa primeira foto, olhei para ela e soube que apesar das lágrimas que surgiram não passa de uma doce lembrança e as lágrimas dessa vez não eram destinadas a você. Eu aprendi a correr por ele, pra esquecê-lo e tentar fazer você pertencer novamente ao meu cotidiano. 

O vento que bate nos meus cabelos me dão sensações de esquecimento momentâneas, que passam mais rápido que a sola do meu tênis ao bater no asfalto, o sangue pulsa e o nome ecoa.

Não, esse texto não é pra você e eu sei que estou confusa, ando me perdendo nas minhas próprias palavras, aquelas mesmo que eu sempre disse que me traziam conforto, mas hoje eu não consigo pensar na gramática, no encaixe perfeito das letras na frase, as únicas coisas que pairam meus pensamentos são você, ele e a velha sozinha na montanha, reunindo cada vez mais gatos para preencher os vazios de cicatrizes incuráveis.