Sozinha na multidão.





E a mulher se perde em seus pensamentos, vazios nessa multidão, ela está sozinha acompanhada, cansada de sorrisos falsos e desculpas vagas.
A conversa não tem mais um rumos certo, o burburinho só a deixa com a impressão de que nada valeu a pena.
Apenas uma mulher sozinha na multidão com olhar perdido e boca calada, cansada de mais um dia. Ele se foi, sim, se foi, mas ela não consegue entender porque, sua rotina continua a mesma, as mesmas contas, os mesmos sons, a mesma mesa de jantar, a cadeira dele continua vazia e ela se recusa a aceitar. Mas foi melhor assim, não foi? Dizem que sim, que o tempo cura tudo e que a gente ama de novo e de novo e de novo. Mas ela sente que dessa vez foi diferente, ele pegou suas trouxas e levou o coração dela a tira colo. Eu sei que o coração dela foi dado de presente a ele, que belo presente de grego, não? Um presente que machuca quem mais te amou. O retrato dele está do avesso e ela já não sabe quando parar de pensar, procura remédio, curandeiro, macumbeira e NADA. Que horror, essa última me da arrepios. As mesmas convicções, os mesmos caminhos, os mesmos rostos perdidos. Mas um dia ela aprende, que se quer esquecer, tem que mudar a rotina, deixar o vento levar, deixar se amar, virar narciso e adorar o espelho. Ah, esse amor, que eu prometo que passa, e ela sorri uma, duas, três, pra sempre...

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