Os pontos que a vida dá.


Ultimamente ando tropeçando em minhas vírgulas, mais que de costume, tentei de todos os jeitos colocá-las nos lugares devidos, mas não houve meios de fazê-las entrar onde não se encaixavam, não pertenciam mais a mim, tinham achado um lugar em outro texto qualquer, desses de historinhas infantis.
Então decidi deixá-las de lado, o que não foi uma decisão tão sábia, sem as costumeiras vírgulas, o tempo começou a passar mais rápido, fiquei sem tempo de jogar conversa fora, e tomar banho de chuva.
E junto com as vírgulas, foram também as reticências, as frases começaram a ficar completas demais, previsíveis demais.
E junto com as pontuações, você também se foi, não se deu nem mesmo o trabalho de colocar um ponto final, se foi, como um parágrafo mal acabado, aquele parágrafo que nos faz entrar na história, e quando começamos a amá-la, ele é cortado, termina no meio de uma palavra decisiva.
Mas esse seu ponto final, não vai ficar por isso mesmo, vou colocar mais dois pontinhos para acompanhá-lo, e a nossa história vai ter continuação. Você não pode usar pontos finais assim, em uma frase que não tem coerência, se lembre das velhas vírgulas. Elas são mais importantes que você imagina.
Não me trate como nota de rodapé, não nasci para isso, nasci para ser a história inteira, cada página do livro...

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