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Tom de noite

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As cortinas azuis dançavam ao vento quando entramos no quarto, o vento cortava os meus cabelos e as suas mãos me causavam arrepios que até então eram desconhecidos pelo meu corpo. A falta de fala constante, não por timidez, mas pelo medo de sentir algo que fizesse minhas crenças e promessas serem quebradas. Eu disse e repeti nãos tantas vezes que os sins já não faziam sentido a minha boca, mas eu queria, ah, como eu queria, eu te quis inteiro e você fez com que a minha alma voasse em pedaços por entre as paredes do escuro dos seus olhos. Olhos fechados, eu e você em uma dança sem fundamentos, em uma dança que apenas nós sabemos dançar, juntos, esquizofrênicos e sem iniciativa de final. No calor dos corpos eu me perdi e me encontrei quando tirou meus pés do chão, já não quero tocar o solo, você me deu asas e me fez livre dentro de um quarto com tranca. Me aperta, me cala. Dentes, lábios e língua. O silêncio que eu fiz questão de preservar enquanto meu corpo desejava gritar, ...